Lobisomem ou licantropo é um ser lendário, com origem na
mitologia grega, segundo as quais, um homem pode se transformar em lobo ou em
algo semelhante a um lobo em noites de lua cheia, só voltando à forma humana ao
amanhecer.
Segundo as lendas mais modernas para se matar um lobisomem
tem que acerta-lo com algo de prata (lamina, bala, etc).
No Brasil existem muitas versões dessa lenda, variando de
acordo com a região. Uma versão diz que a sétima criança em uma sequência de
filhos do mesmo sexo tornar-se-á um lobisomem. Outra versão diz o mesmo de um
menino nascido após uma sucessão de sete mulheres. Outra, ainda, diz que o
oitavo filho se tornará a fera. Outra já diz que é após a morte de um familiar
que possuía a aberração e passou de pai para filho, avô pra neto e assim por
diante.
As pessoas conhecem o licantropo na forma humana através de
comportamentos estranhos, como mudança de comportamento, misteriosa e quase
sempre com olhos cansados(olheira), o licantropo na forma humana é uma pessoa
muito atenta as outras, sempre desconfiando de tudo como por exemplo, tem muito
medo de ser descoberta a humanidade que é uma aberração, porém é muito
protetora em forma humana.
Em algumas regiões, o Lobisomem se transforma à meia noite de
sexta-feira, em uma encruzilhada. Como o nome diz, é metade lobo, metade homem.
Depois de transformado, sai à noite procurando sangue, matando ferozmente tudo
que se move. Antes do amanhecer, ele procura a mesma encruzilhada para voltar a
ser homem.
Em algumas localidades diz-se que eles têm preferência por
bebês não batizados. O que faz com que as famílias batizem suas crianças o mais
rápido possível. Já em outras diz-se que ele se transforma se espojando onde um
jumento se espojou e dizendo algumas palavras do livro de São Cipriano e assim
podendo sair transformado comendo porcarias até que quase se amanheça
retornando ao local em que se transformou para voltar a ser homem novamente. No
interior do estado de Rondônia, o lobisomem após se transformar, tem de
atravessar correndo sete cemitérios até o amanhecer para voltar a ser humano.
Caso contrário ficará em forma de besta até a morte. O escritor brasileiro João
Simões Lopes Neto escreveu assim sobre o lobisomem: "Diziam que eram
homens que havendo tido relações impuras com as suas comadres, emagreciam;
todas as sextas-feiras, alta noite, saíam de suas casas transformados em
cachorro ou em porco, e mordiam as pessoas que a tais desoras encontravam;
estas, por sua vez, ficavam sujeitas a transformarem-se em Lobisomens…"
Há também quem diga que um oitavo filho que tem sete irmãs
mais velhas se torna lobisomem ao completar treze anos. Também dizem que o
sétimo filho de um sétimo filho se tornará um lobisomem.
A lenda do lobisomem é muito conhecida no folclore
brasileiro, e assim como em todo o mundo, os lobisomens são temidos por quem
acredita em sua lenda. Algumas pessoas dizem que além da prata o fogo também
mata um lobisomem. Outras acreditam que eles se transformam totalmente em lobos
e não metade lobo metade homem.
Algumas lendas também dizem que se um ser humano for mordido
por um lobisomem, e não o encontrar a cura até a 12ª badalada desse mesmo dia,
ficará lobisomem para toda a eternidade.
Há referências muito antigas ao lobisomem em Portugal.
No século XIX, Alexandre Herculano escreveu assim sobre o
lobisomem da região da Beira-Baixa: "Os lubis-homens são aqueles que têm o
fado ou sina de se despirem de noite no meio de qualquer caminho,
principalmente encruzilhada, darem cinco voltas, espojando-se no chão em lugar
onde se espojasse algum animal, e em virtude disso transformarem-se na figura
do animal pré-espojado. Esta pobre gente não faz mal a ninguém, e só anda
cumprindo a sua sina, no que têm uma cenreira mui galante, porque não passam
por caminho ou rua, onde haja luzes, senão dando grandes assopros e assobios
para se lhas apaguem, de modo que seria a coisa mais fácil deste mundo apanhar
em flagrante um lubis-homem, acendendo luzes por todos os lados por onde ele
pudesse sair do sítio em que fosse pressentido. É verdade que nenhum dos que
contam semelhantes histórias fez a experiência". (A. Herculano, Opúsculos,
Tomo IX, Bertrand, Lisboa, 1909, p. 176-177).
Nos seus estudos sobre mitologia popular, o escritor e
etnógrafo português Alexandre Parafita reconhece que, embora a designação
sugira tratar-se de um ser híbrido de homem e lobo, muitas das crenças sobre
esta criatura identificam-na na figura tanto de lobo, como cavalo, burro ou
bode, consistindo o seu fadário em ir despir-se à meia-noite numa encruzilhada,
espojando-se no chão, onde um animal já antes fizera o mesmo, após o que se
transforma nesse animal para ir “correr fado”.
A representação na figura híbrida de homem e lobo não é
alheia ao desassossego que este animal provoca, desde tempos imemoriais, no
inconsciente colectivo. Escreve este autor: “As comunidades rurais
transmontanas ainda hoje o encaram como um animal cruel, implacável com os
seres mais indefesos, inimigo de pastores, dos caminhantes da noite e pesadelo
permanente das crianças que habitam nas aldeias mais isoladas. Não se estranha,
por isso, que no fabulário popular o lobo apareça como símbolo do mal e que o
conceito de lobisomem, enquanto produto da fantasia popular, possa ser
considerado como uma tentativa de apresentar uma criatura onde se conjuga a
ferocidade maléfica do lobo com as emoções, ora angustiosas, ora igualmente
maléficas, do homem”.
Peeira
Peeira ou fada dos lobos é o nome que se dá às jovens que se
tornam nas guardadoras ou companheiras de lobos. Elas são a versão feminina do
lobisomem e fazem parte das lendas de Portugal e da Galiza.3 A peeira tem o dom
de comunicar e controlar alcateias de lobos.
Um extenso relato sobre o lobisomem fêmea português
encontra-se nas Travels in Portugal de John Latouche (London, [1875], p.
28-36).
Camilo Castelo Branco escreveu nos Mistérios de Lisboa:
"A porta em que bateu o padre Diniz comunicava para a sala em que estavam
duas criadas da duquesa, cabeceando com sono, depois que se fartaram de anotar
as excentricidades de sua ama, que, a acreditá-las, há cinco anos que cumpria
fado, espécie de Loba-mulher, ou Lobis-homem fêmea, se os há, como nós
sinceramente acreditamos." (Vol.I, Porto, 1864, p. 136).
Corredor
O corredor é a pessoa que tem que correr o fado. O corredor é
um ser mutante, pode assumir a forma de lobo, de cão ou outro animal. Quando se
encontra um para quebrar o fado deve-se fazer sangue, isto é, fazê-lo sangrar.
Tardo
O Tardo é uma espécie de duende, um ser mutante que assume
formas de animais mas que pode transformar-se num lobisomem se ao fim de sete
anos não lhe quebrarem o fado.
Corrilário
Os corrilários são as almas penadas em figura de cão. Se um
lobisomem morre antes de terminar o seu fadário, depois de morto termina os
seus dias como corrilario
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